quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Feitiço Irrisório

És feitiço no luar
Amaldiçoas teu passado
Corriges o futuro
Mas hoje ainda não existes

Desesperas por verdades
Perdes-te com mentiras
Enlouqueces de prazer
Assumes tua fogueira

Cancelas com o mundo
Assimilas desejo esvaído
Agua de quentura
Gesto de ternura

Foges do tudo
Faleces com um nada
Promoves teu charme
Das-te a quem não vês

Quimera de Guerra

Deixa que te siga
Resiste ate arder
Agoniza de raiva
Recusa como nunca

Liberta teu quimera
Solta teu corpo
Une teu furor
Junta comigo o calor

Foge da tua jaula
Refugia-te em mim
Tortura meu amor
Desprende da realidade

Voa ate ao chão
Pára no meu pensamento
Guerreia contra mim
Deslumbra que és minha

Corrente do Nada

Revejo tudo o que passou
Desejo a tua saudade
Ressinto a tua falta
Beijo o teu vazio

Acautelo-me em tuas palavras
Reajusto o que penso
Celebro a minha agonia
Morro em melancolia

O mundo roda sem mim
O tempo passou por meu coração
Teu afecto me deixou
A tua face se voltou de mim

Recebo o teu desprezo
Amaldiçoas-me, acorrentas-me...
Não me deixas amar-te
Apenas sou teu que não me queres

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mar de Imaginação

Não conheço quem és
Só nas tuas palavras és mesmo tu
Nestas frases que imprimes
Como se perto estivesses

És imaginação real
Penso com receio de pecar
Serás mesmo como mostras?
Talvez sofra de loucura

Deslumbro cada dia que não vivi
Anseio o tempo que pertenceras
Ter tua mão junto da minha
Sentir que és só minha

Coisas que não digo
Guardo para o dia que te vir
Chegara o tempo de te amar
Hoje so existe distancia

Moribundo da Calçada

Saio pelo mundo tenebroso
Passeio meu olhar pelas sombras
Caminho pelos vales infernais
Paro, penso, suspiro...

Que dor de morte nasce em mim
Que rasga, corta, desfaz...
É a minha alma despedaçada
Sou eu mesmo que morre aos poucos

Desejo apenas o carinho
Tenho ânsia de passar pelo fogo
Vontade de acalentar o teu gosto
Renascer do pó da calçada

Que um dia pisas-te
Passas-te por mim sem me ver
Sou um estranho no teu olhar
Apenas um moribundo da solidão

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Vil e Cruel

Arrasto-me como verme
Caminho pelo vale dos mortos
Trago um corpo moribundo
Desencarno no mar de escuridão

Grito do fundo da alma
Choro sangue de desespero
Trilho no abismo dos vivos
Respiro ar de ferida

Suspiro de terror
Retiro-me para as profundezas
Crio meu leito de dor
Morro de agonia e horror

Despeço a alma que sofre
Torturo o corpo na existência
Despedaço o firmamento oco
Celebro o fim do nada

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Sol

Ó sol que chegas-te
Brinda-nos com teus raios
Aquece-nos com teu calor
Iluminas nossos caminhos

Das vida aos jardins
Das encanto ao mundo
És o carteiro dos bons dias
O segredor da lua

Cobiças a noite
Mas só o dia é teu
Entras pelas janelas
Trazendo um sorriso

És as sete cores do arco-íris
Quando pela chuvas passas
Por todo dia brilhas
Á noite te deitas

domingo, 4 de janeiro de 2009

Reflexo de Luz

Trevas da alma…
Em vida impostas
De dores, asquerosas
Em tempo que estremece.
O olhar no horizonte,
Na visão do passado, caminhado
Trilhos de sangue deixados…
Feridas chagadas no intimo…
Vertidas de audácia, das brumas…
Que na manhã, me acompanham
De renuncia da não morte.
Onde o brilho do olhar
Impera, para ver a realeza do Alto,
Da esperança, de um amanhã…
Que nos espera, desde o sempre…
E no sempre que supera o nunca
O nunca de provar a mágoa.
Mas, dela rodeados
Ate o fim da existência

Memórias da Noite

Pior dor é na alma
De um simples homem
Que nada quer
Senão ser feliz
Mas que as almas negras
Não o desejam,
Não o permitem,
Apenas nos sonhos intemporais
Serei imensamente feliz
Na hora que meus sonhos forem reais,
Mas nessa hora
Serei um homem desaparecido
No pó,
No vazio,
No esquecimento das mentes
Que outrora me pertenceram
Mas que agora nem vestígios nas memorias,
Pertenço ao mundo
Dos esquecidos,
Dos abandonados,
Dos acabados na solidão
Solidão que mata o ser
Ser que é o meu.

Juventude Perdida

Juventude perdida
Na vida moderna
De perdição e terror
Destruição em frente do olhar
Que um dia foi puro
E agora foi destruído
Pela terra da morte
Morte em vida
Que a ti pertence
Mas que destróis
Por não ter quem te ensine
O caminho para viver
Viver de dor no ser
Que um dia tive
Que pena tenho de ter perdido
Algo de tão especial
Que é a juventude
Que na altura ninguém a quer
Mas depois todos a desejam
Mentes insensatas
Que se destroem
Por um acto
Uma acção impensada
Que os deixam almas penadas
Vazias no olhar
Que um dia foi cheio
De vida
Que agora chega ao fim
Fim da vida
Destruída pela morte
Dum canto negro
Cheio de nada
Nada que um dia foi tudo
Tudo como a juventude
Que agora acaba
Pois envelheceste
E não podes voltar atrás
Pois a tua vida acaba aqui
Sozinho na noite
Como este poema
Que acaba aqui.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Anjo de Loucura

Anjo de luz em terra queimada
Mundo moribundo e vago
Poeta das promessas
Da fornalha da mentira
Alma iluminada por ilusão
De um amanha nunca chegado
Ansiado e desesperado
Em suspiro de desilusão
Na candeia da noite
Da lua das dores
No céu dos perdidos
De olhares apagados
O vazio do amar
Com uma seta a trespassar
O coração dos humildes
Que na paz do seu silencio
São desprezados sobre o chão
Outrora pisados pelos audazes
Nos vales do horizonte
De loucura e perdição.

Alma de Solidão

Inspiração do vazio
Escondido em um cheio
De escuridão e sofrimento
Angustia de ter dor
Sofrer por saber que amo
Tive e perdi
Chorei e lamuriei
O abandono do amor
Da perda e da lágrima
Do olhar rasgado do nada
Suplico a mim
Que nada te dói
Mas tudo é angústia
Do saber o que ter
E nunca perder
Perdoa coração por te abandonar
Nesta dor que não é tua…

A Personagem

Acordei sozinho na minha dor
Sinto um vazio na alma
Levanto-me sem vontade
Observo o meu rosto no espelho
Olho o reflexo da solidão
Vejo meu olhar apagado
Sinto o olhar d’uma vida acabada
Sou apenas aquela personagem sem guião
Sou o melhor amigo da noite
Noite dentro do meu coração
Dia que pisa este chão
No meu caminho vagueio
Por um amor que tanto anseio
Não sei quem tu és...
Apenas sei que existes!

Rasgo de Imaginação

É tarde e estou só
Escrevo frases vazias
Memórias de pó
Letras sombrias

Que não são minhas,
Mas encarnadas
São as farinhas
Que me são dadas

Para divagar no rasgo
Da minha imaginação
Que esmago
Dentro do meu coração

A Dança

Voar nas asas da imaginação
Sentir o vento no rosto
Atingir a perfeição,
Mas passar pelo gosto

Do caminho duro
Que encontro
Para ser puro.
Mas no além deslumbro

Que tenho de avançar
Mesmo que doa
Tenho de dançar
Pois a felicidade ecoa

Vitoria na Esperança

Corre com felicidade
Sente a emoção
Vive com facilidade
Luta com satisfação

Aprecia com alegria
Sonha com confiança
Deslumbra com magia
Sorri com esperança

Ganha com garra
Consegue com justiça
Segura a barra
Vence sem cobiça

Agua de Luz

O tempo amanhece
O sol ilumina
A luz aquece
A água cristalina

O rio corre
A montanha desce
A gota morre
O mar cresce

A vida ganha
O coração suspira
O amor apanha
A paixão inspira

Caminho Espinhado

Inspiro-me na ausência dela no mundo
Delato em simples palavras
Minha alma,
Alma de penumbra
Alma de angustia.

Levanto-me pra vida,
Vida de caminho espinhado
O mundo, derruba
O amor, rareia
A dor, serpenteia

O esplendor é triunfar,
Amar e dar
Sorrir e rir
Chorar...
E de novo tentar!

Alegria da Alma

Alegra o coração
Corre pela vida
Sorri de emoção
O tempo passa em corrida

Olha a felicidade
Suspira de virtude
Ri com amizade
Luta com atitude

Beija de carinho
Observa com ternura
Toca levezinho
Ama com loucura

Vontade...

Escuta…

É o meu coração que te chama,
Bate teu nome com fervor
Ele fala com o mundo quando te vê

Tem desejo de te sentir,
Vontade de te beijar
É loucura de se perder.

És a saudade do impossível
O meu viver, de não te ter…

Faz-me louco pra escrever
P'ra divagar pelo sonho
P'ra apenas enlouquecer..